GERAL
10/03/2025 10H37

Países definem
redução de gases-estufa até 2035; em carta, presidente da COP30 diz que
compromissos pouco ambiciosos serão vistos no futuro como "falta de
liderança"
Na conferência
climática de 2025, marcada para novembro em Belém, haverá uma consolidação das
novas metas — tecnicamente chamadas de NDCs (contribuições nacionalmente
determinadas na sigla em inglês) — dez anos depois da assinatura do Acordo de
Paris.
A maioria dos países
assumiu compromissos de “net zero” (neutralidade nas emissões de carbono) até
2050 ou 2060, mas precisa se comprometer com metas intermediárias que mostram o
caminho para chegar até esse objetivo final.
Até o início de
fevereiro, prazo inicial dado pelas Nações Unidas, apenas dez nações haviam
apresentado formalmente suas metas.
O Brasil, por
exemplo, se comprometeu a reduzir suas emissões entre 59% e 67% até 2035 —
tendo o ano-base de 2005 como comparação.
Há uma grande
expectativa em relação ao balanço das NDCs na COP30. Como todos sabemos, as
NDCs são determinadas nacionalmente e, portanto, não estão sujeitas a
negociações multilaterais”, diz o embaixador, em carta enviada nesta
segunda-feira (10) aos 197 países-signatários da Convenção-Quadro das Nações
sobre a Mudança do Clima (UNFCCC).
“No entanto,
estimularemos uma reflexão franca e coletiva sobre os gargalos que têm
dificultado a ambição e a implementação em mudança do clima. No futuro, seremos
julgados por nossa disposição de responder com firmeza à crescente crise
climática”, acrescenta o presidente da COP30.
“A falta de ambição
será julgada como falta de liderança, pois não haverá liderança global no
século 21 que não seja definida pela liderança climática.”
“Podemos estar do
lado certo da história, transformando as NDCs em plataformas para um futuro
próspero que consagre a determinação nacional de contribuir e transformar. No
período que antecede a COP30, precisamos de NDCs ambiciosas, que privilegiem a
qualidade como cumprimento das obrigações legais do Acordo de Paris.”
De acordo com Corrêa
do Lago, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, pretende convocar um
encontro virtual de líderes — presidentes e primeiros-ministros — a fim de
pedir ambição dos países nas metas climáticas. O Brasil, segundo ele, apoia a
iniciativa.