GERAL
06/03/2025 14H44

Custo menor para o
consumidor é considerado essencial para reverter a queda na aprovação do
governo
O programa “Desenrola
Rural”, que oferece até 96% de desconto nas dívidas de agricultores familiares
e assentados da reforma agrária, é uma das principais apostas do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para baixar o preço dos alimentos.
Nesta quinta-feira
(6), integrantes do governo federal têm uma série de reuniões para tratar desse
assunto. Uma ocorreu pela manhã e outras duas são previstas para a tarde. É
esperado que, até o fim do dia, Lula faça um anúncio.
O alto custo nas
prateleiras dos supermercados tem sido considerado um dos principais entraves
para reverter a queda histórica da aprovação de Lula e melhorar esses índices
nas próximas pesquisas.
O ministro Paulo
Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, participa de todas as conversas. Fontes
da pasta dizem haver um clima de otimismo com o potencial do programa para
ampliar a produção de alimentos e, consequentemente, baratear os preços para o
consumidor.
A avaliação é de que
houve boa adesão ao programa desde o dia 24 de fevereiro, quando foi lançado,
até agora. Só no Nordeste, reduto eleitoral de Lula, a expectativa é de mais de
360 mil agricultores beneficiados.

Os números também
animam no Norte do país. O ministério divulgou como exemplo o caso de uma
produtora rural do Acre que quitou uma dívida de R$ 6.067,07 por R$ 1.667,52 –
um desconto de 72% – e ficou apta a acessar novo crédito.
A leitura interna no
governo é de que, quanto maior a produção, maior a oferta e, por conseguinte,
menores os preços. Segundo interlocutores de Teixeira, isso tem sido repetido
como um “mantra” dentro do ministério.
A renegociação de
dívidas vale tanto para dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf) como para débitos com cartões e pendências em
empréstimos contraídos com instituições financeiras.
O governo federal
avalia baratear o crédito para a produção de alimentos da cesta básica, como
arroz, feijão e café, e aumentar os investimentos na agricultura familiar.